As línguas moçambicanas no currículo nacionaldo Ensino Básico – prós e contras

Resumo

Este texto procura trazer para a reflexão alguns dos principais pontos de consenso e divergentes quanto ao uso de Línguas nacionais no currículo nacional de Ensino Básico em Moçambique. Factualmente, a maioria das crianças e jovens moçambicanos não têm o Português como língua de comunicação antes do seu ingresso na escola. Assim sendo, que política educacional deve ser adoptada para reduzir o fosso entre a casa e escola de modo a facilitar a inserção “natural” da criança ou jovem no novo meio social dominado pela Língua Portuguesa? Se a diversidade etnolinguística é fundamental para que a prática pedagógica aconteça, que língua de ensino deve ser usada na iniciação escolar em contextos multilingues? Embora divergindo nos pontos de vista, fica claro que a educação bilingue, apesar de alguns equívocos na sua implementação, pode ser um grande ganho para os sistemas de educação no mundo, havendo necessidade de respeitar cada contexto, pois um programa bilingue pode ser praticável num meio e não o ser noutros, principalmente em África onde ocorre uma grande diversidade etnolinguística e cultural.